Lítio - o livro sobre o pior da vida humana
A obra intitulada como “lítio", foi escrita pelo autor Patrício Jr. Com sua publicação sendo feita pela editora jovens escribas em dezembro de 2005.
O livro lítio, aborda de forma muito ampla a psique humana. Esse tema está presente desde o seu título, "lítio" faz referência ao medicamento muito utilizado no tratamento de transtorno bipolar, sendo também um simbolismo do emocional do protagonista.
A obra utiliza variações da forma de escrita, ocasionando mudanças em sua forma de leitura. Fazendo com que o leitor tenha uma certa necessidade de concentração para poder compreender o que está sendo abordado.
Sua recepção foi inicialmente resumida em algo "cru, polêmico e indigesto". Ocasionando em uma certa curiosidade e interesse pelo público que buscava algo que fugia dos padrões.
A forma como o livro aborda a "depressão, e crises existênciais" pegaram em cheio os leitores. O livro foi considerado uma boa obra brasileira independente, apesar de seu baixo reconhecimento na literatura popular do país, fazendo com que seja de grande dificuldade encontrar informações sobre a obra.
"O autor Patrício Jr. Traz de maneira intrigante o psicológico e os pensamentos controversos dos personagens, colocando a tona o tema de suicídio e desesperança, junto a crise existencial sofrida constantemente pelo protagonista".
Os personagens estão desde o início sendo apresentados não como heróis, e muito menos como vilões, mas sim, como humanos com vidas controversas que moldaram seus pensamentos, que muitas vezes infligem o que é considerado certo.
Os simbolismos de escritores e bandas é muito presente neste livro. Essas citações estão mais presentes em bandas cujos vocalistas cometeram suicídio, o exemplo mais citado é o infame vocalistas da banda Nirvana, o "Kurt Cobain". O Nirvana é constantemente citado, junto à suas letras de músicas tão complexas.
A abordagem deste livro está muito associada ao que de pior pode ser vivenciado pela humanidade. Trazendo relatos polêmicos, que variam do uso de drogas, até pensamentos de atos incestuosos. Entre várias citações horríveis, estão presentes: o abandono por pessoas amadas, a motivação através da dor para iniciar no consumo de drogas, atos de violência que são constantemente transmitidos pelas mídias para ganhar audiência, negligência familiar, e o maior causador de dúvidas e arrependimentos para os personagens, ou para qualquer ser humano,
"o livre arbítrio".
O livre arbítrio é o motivo para os piores acontecimentos na vida dos personagens, a dualidade nas escolhas da existência humana, e as consequências de tomar decisões ocasionam em escolhas ruins e sem volta. Toda essa dúvida e pressão de fazer escolhas moldam não só os personagens, mas principalmente o desfecho final do livro.
Os dois personagens repletos de dúvidas, arrependimentos e dores se encontram. Esse encontro muda o entendimento sobre eles mesmo e sobre as outras pessoas, surgindo uma faísca de esperança no momento mais decisivo. Uma pessoa que tentou tirar a própria vida, e uma pessoa que não sabe oque fazer da sua. Um viciado em drogas, e uma pessoa rancorosa com as pessoas.
Essa dupla que buscava conexões nesse mundo tão fragmentado, escolhem abandonar o que eles não tem, para fazer oque seria dito como louco por muitos, mas que pode fazer o encontro deles pessoalmente mudar a vida de ambos.
Mas o medo do livre arbítrio, e a temida decisão de dar um passo a frente, ocasiona em um desfecho muito desconsertante.
Esse livro é uma ótima recomendação para quem tem mente aberta, e não tem medo de ver relatos cada vez mais revoltantes e repugnantes. Mas também é uma boa leitura para curiosos que buscam compreender um pouco mais do mundo, e da essência humana em seu estado mais obscuro.